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Tenho sempre minhas dúvidas em falar sobre suicídio...fico achando que, em vez de prevenir, podemos estar incentivando... das muitas explicações para a vontade de tirar a própria vida, a que me parece mais razoável, além das comorbidades ou grandes eventos catastróficos como falência, diagnósticos terminais, é que a realidade que se apresenta é pior que o medo do desconhecido, que é a morte...

Penso nisso sempre quando ouço a respeito de algum suicídio.... muito triste estarmos vivendo uma situação tão ruim, mas tão ruim que a morte, como fim de tudo, nos parece um alento. Mas o que realmente me deixa triste é,  essa pessoa, não sentir que pode conversar com alguém,  com um amigo, um familiar, as vezes até  um desconhecido, que poderia ter alguma sugestão ou ponto de vista diferente do seu e com uma perspectiva mais positiva da situação.  Isso é  realmente triste...achar que não pode contar com ninguém  para nos ouvir...

Uma vez, numa cidadezinha na Holanda, eu estava voltando de compras de mercado. Havia caído uma chuva fininha que rapidamente virou uma fina camada de gelo no asfalto. Comecei a atravessar a rua na faixa e cai, estatelada no chão! As compras se espalharam pelo chão  e as sacolas, de papel, rapidamente viraram um papel molhado inútil.   Comecei a chorar com o susto, a dor do tombo e A perda das minhas suadas compras...lembro que olhei para os motoristas dos 3 carros parados esperando eu levantar. Nenhum deles olhava para mim.. recolhi o que deu pra pegar e colocando as coisas nos bolsos, nos braços, fui me levantando devagar e caminhando para a calçada.  No dia seguinte, na Universidade aonde estudava, reclamei, indignada com o meu colega de sala, holandês.  E aí ele me deu uma explicação. As pessoas ficam constrangidas de testemunhar uma situação degradante, de imensa fragilidade. Olhando para o lado seria sinal de respeito e consideração. Nunca pensei nisso, mas aprendi uma coisa, jamais deixo pra lá quando vejo alguém sofrendo, ou mesmo que acho estar sofrendo. Falo direto. Está  precisando de ajuda, quer conversar?...o outro tem o direito de dizer não,  mas você não pode nunca deixar de se oferecer para ajudar. Isso é  o que significa setembro amarelo para mim!

Psicóloga Flávia F. Guimarães


Biblioteca e Sala de Aula:

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